sexta-feira, 25 de março de 2011

INTERAÇÕES ANTÍGENO/ANTICORPO: REAÇÃO DE AGLUTINAÇÃO SISTEMA ABO


Os grupos sangüíneos esuas formação é algo que são herdados independentemente entre si. Entre eles podemos citar os sistemas ABO, Rh, e Rh .O sistema ABO é o de maior importância na prática transfusional e no ensino da imunologia por ser o mais imunogênico, ou seja, por ter maior capacidade de provocar a produção de anticorpos, seguido pelo sistema Rh.
Os antígenos deste sistema estão presentes na maioria dos tecidos do organismo. Fazem parte deste sistema três genes A, B e O podendo qualquer um dos três ocupar o loco ABO em cada elemento do par de cromossomos responsáveis por este sistema.
Os genes ABO não codificam diretamente seus antígenos específicos, mas sim enzimas carreadoras que tem a função de transportar açúcares específicos, para uma substância precursora na superfície dos eritrócitos resultando nos antígenos ABO.
O indivíduo do grupo AB é possuidor de um gene A e de um gene B, sendo que um foi herdado da mãe e o outro do pai. Ele possui nos seus glóbulos vermelhos os antígenos A e B e seu genótipo é AB.
No caso do grupo O, foi herdado do pai e da mãe o mesmo gene O. As células de grupo O são reconhecidas pela ausência de antígeno A ou B. Quando o gene O é herdado ao lado de A, apenas o gene A se manifesta; e se é herdado ao lado do gene B apenas o gene B se manifesta.
VAMOS OBSERVAR AS IMAGENS ABAIXO.

Observando as imagens ao lado podemos perceber a presença dos antígenos e anticorpos em cada grupo sanguíneo. É nesta presença ou ausência de antígenos e anticorpos que se baseia a tipagem sanguínea e a escolha do sangue a ser transfundido.

A escolha do sangue se baseia no fato que o indivíduo não pode ser transfundido com um sangue que possua um antígeno que ele não tem, pois o anticorpo presente no seu plasma, contra esse antígeno, iria reagir com essas hemácias transfundidas. Em vista disso e observando o quadro acima, fica claro que um indivíduo do grupo A não pode receber
sangue B e assim por diante.
Nas transfusões sangüíneas, em relação ao sistema ABO, é preciso considerar, inicialmente, que a taxa de aglutinogênios nas hemácias é significativamente maior que a taxa de aglutininas no plasma. Dessa maneira, são inviáveis as transfusões em que o sangue doado contém aglutinogênios que “encontrarão” no receptor as aglutininas contrastantes. Isso significa que, se o sangue doado apresenta aglutinogênios A, o sangue do receptor não pode conter aglutininas anti-A; e que, se o sangue doado contém aglutinogênios B, o receptor não pode apresentar aglutininas anti-B. Assim, exemplificando, um indivíduo do grupo B não pode doar sangue para outro do grupo O, uma vez que as aglutininas anti-B do receptor reagiriam com os aglutinogênios B do doador, à semelhança de uma reação antígeno-anticorpo. Dessa reação, na qual os aglutinogênios B atuariam como antígeno (“estranho” ao receptor do grupo O) e as aglutininas anti-B como anticorpos, resulta a aglutinação do sangue doado, fato que pode provocar a obstrução de vasos sangüíneos, com conseqüências que podem levar o receptor à morte. No entanto, um indivíduo do grupo O pode doar sangue para outro do grupo B. Isso porque o volume de sangue doado não contém aglutininas em taxa suficientemente grande para provocar a aglutinação das hemácias do receptor. Observe então, que as hemácias que se aglutinam são aquelas presentes no sangue doado e, para tanto, devem conter aglutinogênios (antígenos) “estranhos”, isto é, que não existem no sangue do receptor. No entanto, sempre que possível, deve se transfundir sangue isogrupo, pois se, por exemplo, transfundimos um sangue do grupo O a um paciente do grupo A, junto com as hemácias transfundidas temos uma quantidade de plasma onde há anticorpo anti-A, que poderá reagir com as hemácias deste paciente causando um certo grau de hemólise maior ou menor, mas que poderá ter um significado dependendo do quadro clínico do paciente. Cada caso deve ser particularmente analisado pelo hemoterapeuta .
Este sistema ABO, também pode ocasionar incompatibilidade materno-fetal, com desenvolvimento da doença hemolítica peri-natal. Apresenta também importância em transplantes renais ou cardíaco, com menor papel nos hepáticos ou de medula óssea. Em alguns processos pode ocorrer a perda parcial do antígeno A ou B, como em algumas leucemias.




DETERMINAÇÃO DO GRUPO SANGUÍNEO Rh POR AGLUTINAÇÃO SIMPLES

O fator Rh é constituído de aproximadamente 40 antígenos e esta família gênica ainda não é totalmente compreendida. Sabe-se que cada pessoa herda um gene ou um complexo gênico Rh de cada um dos pais. No sistema descrito por Fisher e Race os pares alélicos produzem 5 antígenos (“D”,”C”,”c”,”E” e “e”). Estes antígenos são lipoproteínas e estão dispersamente distribuídas na superfície das hemácias. Quando dizemos que um indivíduo é Rh Positivo, quer dizer que o antígeno D está presente na superfície de suas hemácias. Isto porque o antígeno D foi o primeiro a ser descoberto nesse sistema, e inicialmente foi considerado como único. Após os antígenos A e B (do sistema ABO), o antígeno D é o mais importante na prática transfusional.

quarta-feira, 2 de março de 2011

FUNÇÕES EXERCIDAS PELOS ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS

Os órgãos linfóides são classificados em primários e secundários.
Os primários são responsáveis pela produção e maturação de linfócitos, incluindo o timo e a medula óssea.
Os secundários são os órgãos onde os linfócitos estimulam a produção de anticorpos, entre os quais citam-se as adenóides, baço, placas de peyer, apêndice, linfonodos e vasos linfáticos. Esse conjunto de órgãos está distribuído conforme a Figura abaixo
ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS:
• Medula óssea: É o órgão responsável pela geração de elementos sangüíneos, tais como as hemácias, monócitos, plaquetas, linfócitos B e leucócitos polimorfo nucleares (granulócitos). É o local onde se desenvolvem as células B e células-tronco.
• Timo: Local onde as células T se desenvolvem, sendo que algumas células migram da medula óssea para o timo e transformam-se em células T.
ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS:
• Amígdalas e adenóides: Local onde estão presentes grandes quantidades de células linfóides e constituem a parte do SIH associada às mucosas ou ao intestino.
• Linfonodos: Ambiente onde ocorre a resposta imunológica adaptativa, caracterizados por um vasto sistema de vasos responsáveis pela coleta de fluído extracelular dos tecidos, fazendo-o retornar para o sangue. Esse fluído é produzido pela filtragem do sangue e denomina-se linfa.
• Apêndice e Placas de Peyer: Linfonodos especializados contendo células imunológicas destinadas à proteção do sistema gastrointestinal;
• Baço: É o único órgão linfóide na corrente sangüínea. Possui a função de remover as células sangüíneas envelhecidas e combater organismos que invadem a corrente sangüínea ou são levados por ela até o baço.
• Vasos linfáticos: Rede de canais que transporta a linfa para o sangue e órgãos linfóides. Os vasos aferentes drenam o líquido dos tecidos e carregam as células portadoras dos antígenos dos locais de infecção para os órgãos linfáticos. As células apresentam o antígeno aos linfócitos que estão circulando.