quarta-feira, 6 de julho de 2011

TRANSGÊNICOS E BIOÉTICA



A contribuição bioética é fundamental na busca de caminhos viáveis diante de conflitos que surgem entre a moral e a conveniência de se adotar alimentos alterados geneticamente, por exemplo. Pois através da abordagem bioeticista haverá a confrontação entre o funcional e o tradicional, o sagrado (intocável ) e aquilo que é vulnerável à ação humana e, portanto, mutável. Os debates bioéticos proporcionam o encontro de opiniões divergentes que almejam algo comum: a vida em sociedade apesar da pluralidade de atores sociais existentes.
Com o advento da Revolução Tecnológica que ocorreu no século XX, emergiram os chamados
Direitos de “quarta geração”. Tais direitos visam à regulamentação das questões referentes
à biotecnologia, à bioética e engenharia genética. Em outras palavras, esses “novos” direitos
relacionam-se com a vida humana, com a reprodução assistida, com a eutanásia, com a clonagem e com os organismos geneticamente modificados, também denominados transgênicos.
Os transgênicos são alimentos manipulados geneticamente, através da tecnologia do DNA recombinante que proporciona, entre outros: a transferência de genes animais para espécies vegetais e vice-versa; e retirada de genes responsáveis, por exemplo, pela reprodução da planta.
A pesquisa sobre os transgênicos foi iniciada na década de 1970 nos países desenvolvidos, mais especificamente nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa.
No Brasil deu-se início às discussões referentes ao assunto apenas no ano de 1995, com a edição da Lei de Biossegurança (Lei no 8.974/95). Esta, por sua vez, liberou o plantio dos transgênicos para a realização de testes, sob constante fiscalização das autoridades públicas. Vale notar que o plantio dos transgênicos concentra-se na região Sul do país e como exemplos deles temos: a soja Roundup-ready, o milho Bt e a canola Higt-Olaic.
O QUE SÃO TRANSGENICOS?
Transgênico ou Organismo Geneticamente Modificado (OGM) é o organismo cujo material genético (DNA/RNA) tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética, recebendo genes exógenos (oriundos de espécies diferentes, não correlacionadas).
Considerando que o gene é uma parte do DNA que possui um código genético para produzir certa proteína específica, e que este gene é composto por uma seqüência de bases nitrogenadas, pode-se fazer a seguinte analogia: as bases nitrogenadas são letras, os genes são palavras, o DNA (ou o cromossomo) que contém estes genes são frases e o organismo é um texto. As letras devem estar ordenadas para que a palavra tenha sentido; as palavras combinam-se de tal forma que a frase também tenha sentido e as frases devem compor o texto de modo lógico. Qualquer letra, palavra ou frase com problema levará a um texto distorcido, o que resulta num organismo com problema. Observa-se, portanto, que transferir um gene de um organismo para outro não é tarefa fácil, pois este deverá funcionar em local e época adequada, de modo a não interferir erroneamente no funcionamento do ser vivo. Imagine o que ocorreria se um gene que deveria funcionar no fígado apenas estivesse ativo no ouvido. Seria uma confusão. Felizmente nosso organismo já está suficientemente evoluído e todos os genes sabem onde funcionar. Cabe aqui lembrar que todas as células do nosso corpo são totipotentes, ou seja, possuem a mesma constituição genética e pode-se regenerar um novo organismo a partir desta célula (exceto os gametas).
Mas fazer um determinado gene funcionar em hora e local apropriado não é o único problema. Imagine como seria difícil encontrar uma pessoa numa cidade de cerca de 40.000 habitantes. Pois bem, cada célula somática do corpo humano possui cerca de 40.000 genes, cada um com sua função específica. Procurar um gene não é tarefa nada fácil. Mas existem técnicas que nos ajudam nesta tarefa, como por exemplo determinar o cromossomo onde este gene se localiza e também sua função.
As principais etapas para a transformação de um organismo são: identificação do gene, isolamento (ou extração), clonagem (ou multiplicação) e introdução no organismo receptor. Depois basta verificar seu funcionamento. Pode parecer simples, mas não é, como já verificamos anteriormente.
Como se faz um transgênico
Para fazer um transgênico, os cientistas usam a técnica De recortar o DNA de uma espécie para depois colar esse fragmento recortado no DNA de outra espécie. O método mais comum para produzir transgênicos utiliza uma bactéria como elemento intermediário. O gene de interesse é introduzido na bactéria, que, depois, é usada para infectar a célula de um animal ou planta. Ao fazer isso, a bactéria transfere parte de seu DNA para o organismo que infecta e, junto, vai o gene de interesse.

Algumas plantas – tomate, batata, frutas cítricas e cenoura, por exemplo são mais fáceis de modificar geneticamente do que outras. Isso porque podem se regenerar em laboratório a partir de uma única célula em cultura. E é muito mais simples manipular genes em células isoladas do que em um organismo multicelular inteiro.
Enzimas de restrição
O desenvolvimento de organismos geneticamente modificados só foi possível com a descoberta das chamadas enzimas de restrição, no início da década de 1960. Estudando o sistema de defesa de certas bactérias diante de determinados vírus, os cientistas perceberam que elas produziam um sistema de enzimas que reconhecia o DNA do vírus invasor e 'cortava-o' para, assim, desativá-lo. Essas enzimas ganharam o nome de endonucleases de restrição, ou enzimas de restrição.
As enzimas de restrição são como tesouras moleculares de enorme precisão: existem vários tipos e cada tipo corta o DNA apenas nos locais onde existem sequências de bases nitrogenadas nas quais conseguem se encaixar, fazendo a molécula se transformar em fragmentos de tamanhos variáveis.
DNA recombinante
Com a descoberta das enzimas de restrição, os cientistas aprenderam a produzir os chamados “fragmentos de restrição”, que são usados para ligar pedaços de DNA de diferentes origens, pois suas extremidades são complementares – quer dizer, encaixam-se às bases dessa cadeia, como peças de dominó que formam uma sequência.
É assim que são produzidas moléculas de DNA recombinante, o passo mais importante para a manipulação genética. Para visualizar esse processo, imagine o DNA como uma escada em forma de caracol (a hélice dupla). Em cada degrau há duas bases (adenina e timina, citosina e guanina), que se combinam entre si. No processo de transgenia, um trecho dessa escada é quebrado e, em seu lugar, introduzido um trecho de DNA recombinante.
A técnica foi usada para introduzir diferentes tipos de gene em bactérias para que estas produzissem substâncias como insulina, hormônio do crescimento (GH) etc.
Bactéria, veículo de genes
As bactérias são usadas como veículo de genes porque têm um fragmento circular de DNA chamado plasmídeo que, no momento de uma infecção, é transferido para o organismo infectado. É nos plasmídeos que os genes de interesse são introduzidos. Eles são os vetores de transgenia.
O vetor mais comumente usado em plantas é um plasmídeo da bactéria Agrobacterium tumefaciens (o plasmídeo Ti, ou indutor de tumor), que causa uma doença caracterizada por um tumor muito grande. Os cientistas conseguiram criar maneiras de eliminar as propriedades desses plasmídeos que causam os tumores, mantendo, no entanto, sua capacidade de transferir seu DNA para as células das plantas.
Mas porque os transgênicos causam tanta discussão? Basicamente pelo fato de que os efeitos de se transferir genes exógenos não são conhecidos. No melhoramento clássico observamos que, ao buscarmos introduzir um gene desejado para melhorar certa cultivo de planta, outros genes são “arrastados” com o gene que se deseja introduzir (isto é chamado de “Linkage-drag”), pois há ligação gênica entre os genes de um mesmo cromossomo. Assim sendo, junto com o gene benéfico que desejamos introduzir, pode vir outro gene prejudicial ligado a ele. Some-se a isso que os cruzamentos só podem ser realizados entre indivíduos próximos, normalmente de uma mesma espécie ou entre espécies muito próximas. No caso dos transgênicos não há barreiras entre espécies, sendo o gene retirado de uma espécie e introduzido em outra, além de ser transferido sozinho, sem nenhum outro gene ligado a ele.



Alimentos Transgênicos na Qualidade de Vida
A alteração genética é feita para tornar plantas e animais mais resistentes e, com isso, aumentar a produtividade de plantações e criações. A utilização das técnicas transgênicas permite a alteração da bioquímica e do próprio balanço hormonal do organismo transgênico. Hoje muitos criadores de animais, por exemplo, dispõe de raças maiores e mais resistentes à doenças graças a essas técnicas.
Os transgênicos já são utilizados inclusive no Brasil. Mas ainda não existem pesquisas apropriadas para avaliar as conseqüências de sua utilização para a saúde humana e para o meio ambiente.
Pesquisas recentes na Inglaterra revelaram aumento de alergias com o consumo de soja transgênica. Acredita-se que os transgênicos podem diminuir ou anular o efeito dos antibióticos no organismo, impedindo assim o tratamento e agravando as doenças infecciosas. Alergias alimentares também podem acontecer, pois o organismo pode reagir da mesma forma que diante de uma toxina. Outros efeitos, desconhecidos, a longo prazo poderão ocorrer, inclusive o câncer.


Transgênicos e o Meio Ambiente
A resistência a agrotóxicos pode levar ao aumento das doses de pesticidas aplicadas nas plantações. As pragas que se alimentam da planta transgênica também podem adquirir resistência ao pesticida. Para combatê-las seriam usadas doses ainda maiores de veneno, provocando uma reação em cadeia desastrosa para o meio ambiente (maior quantidade de poluição nos rios e solos) e para a saúde dos consumidores.
Uma vez introduzida uma planta transgênica é irreversível, pois a propagação da mesma é incontrolável e não se pode prever as alterações no ecossistema que isso pode acarretar.

Melhoramentos de Plantas
Atualmente as técnicas de utilização de transgenes vêm sendo amplamente difundidas. Assim um número crescente de plantas tolerantes a herbicidas e à determinadas pragas tem sido encontradas. O problema é que as plantas transgênicas são iguais ao alimento natural, o que é injusto, pois o consumidor não sabe que tipo de alimento está consumindo.
Uma nova variedade de algodão por exemplo, foi desenvolvido a partir da utilização de um gene oriundo da bactéria Bacillus thuringensis, que produz uma proteína extremamente tóxica a certos insetos e vermes, mas não a animais e ao homem. Essa planta transgênica ajudou na redução do uso de pesticidas químicos na produção de algodão.
Tecnologias com uso de transgenes vêm sendo utilizadas também para alterar importantes características agronômicas das plantas: o valor nutricional, teor de óleo e até mesmo o fotoperíodo (número de horas mínimo que uma planta deve estar em contato com a luz para florescer).

A Utilidade dos Produtos Transgênicos
Com técnicas similares àquela da produção de insulina humana em bactérias, muitos produtos com utilidade biofarmacêuticas podem ser produzidos nesses animais e plantas transgênicas. Por exemplo, pesquisadores desenvolveram vacas e ovelhas que produzem quantidade considerável de medicamentos em seus leites. O custo dessas drogas é muito menor do que os produzidos pelas técnicas convencionais.
A tecnologia transgênica é também uma extensão das práticas agrícolas utilizadas há séculos. Programas de cruzamentos clássicos visando a obtenção de uma espécie melhorada sempre foram praticados. Em outras palavras, a partir de uma espécie vegetal qualquer e realizando o cruzamento entre um grupo de indivíduos obteremos a prole chamada de F1. Dentre os indivíduos da prole, escolheremos os melhores que serão cruzados entre si, originando a prole F2. Sucessivos cruzamentos a partir dos melhores indivíduos obtidos em cada prole serão feitos.
Todo esse trabalho busca a obtenção de indivíduos melhorados. Essa técnica trabalhosa e demorada de melhoramento vem sendo amplamente auxiliada pelas modernas técnicas de biologia molecular. Com isso as espécies são melhoradas com maior especificidade, maior rapidez e flexibilidade, além de um menor custo. Mas ainda não se pode afirmar quais as conseqüências que esses produtos podem ter no organismo humano, animal e no meio ambiente. Faltam pesquisas científicas que comprovem as verdadeiras implicações dos alimentos transgênicos.
REFERÊNCIAS
 http://www.scientiaplena.org.br
 http://bioetica-e-biotecnologia.wikidot.com
 http://www.ufrgs.br/bioetica/transg1
 http://www.ufrgs.br/bioetica
 http://www.mundodoquimico.hpg.ig.com.br
 http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs
 http://www.jornalocaminho.com.br/noticia
 http://biblioteca.universia.net/

segunda-feira, 4 de julho de 2011

RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS A INFECÇÃO”

José Júnior dos Santos Aguiar 1
Adriana Andrade Arraes2
Cicera Josiana3
Cicero Graciano4
Julio César 5
1,2,3,4 - Acadêmicos Da Faculdade Leão Sampaio
5 - Mestre Em Patologia Pelo E Medicina Legal Pela Universidade Federal Do Ceará UFC, ( 2008 ), Professor Do Curso De Biomedicina Na Disciplina De Imunologia
Palavras Chave: , Resposta Imunológica, sistema complemento, Interferon-y (IFN-γ)

Resumo
A resposta imunológica as infecções é muito complexo haja vista que precisa de todo um mecanismo específico para cada agente agressor contando com a participação de barreiras naturais e barreiras adaptativas mediadas por interleucinas, interferons eosinófilos imunoglobulinas além de contar com o apoio do sistema complemento.

INTRODUÇÃO
A atuação do sistema imunológico frente as resposta a agentes agressores é expressa de forma fundamental devido sua importância e eficácia em prol de defender o organismo, contudo mesmo com tamanha complexidade todos os seus elementos são devidamente bem estruturados capacitando todo o sistema a combater agentes invasores

Infecciosos, intermediado pelos sistemas infócítico-macrofágico.
No que engloba o sistema macrofágico, compreende-se como os de resposta inata mediada pela Primeira linha de defesa contra microorganismos
como barreira física e células fagocitárias estas que por sua vez produzem substâncias químicas para promover a lise celular, essas substancias químicas como citosinas, quimiocinas realizam a fagocitose e a destruição do microorganismo invasor por meio de estímulos inflamatórios o que promove uma apresentação de antígeno aos linfócitos e oferecer mecanismos efetores capazes de atuar nas respostas adaptativas.
O sistema linfocítico apresenta uma resposta adaptativa correspondente a uma réplica específica que é intercedida por sequencias de produção de citocinas, um sistema que apresenta como característica memória imunológica específica para o agente agressor.
A resposta adaptativa humoral é compreendida por linfócitos B possuidores de receptores de membrana antígenos específicos que ao sofrerem ativação diferenciam-se em plasmócitos que passam a secretar imunoglobulinas capazes de reconhecer os antígenos mais rapidamente e facilitando uma melhor resposta contra agressores futuros.
Na resposta adaptativa celular ela existe devido à ação direta de células linfocíticas T devido sua capacidade de possuir receptores de superfícies específicos
Diante do exposto o objetivo desse trabalho é Conhecer os conceitos da resposta imunológica, os elementos envolvidos, atuação desses no mecanismo de defesa do organismo, assim como os agravos das alterações do sistema imunológico.
RESPOSTA IMUNOLOGICA NAS MICOSES
Os fungos são classificados como seres eucariotos de núcleo organizados, no entanto pouco patogênico. Os sintomas de uma resposta imunológica a fungos estão associados a alergias, tóxicas e infecciosa11.
As doenças infecciosas denominadas micose são classificadas em superficiais subcutâneas e sistêmica11. O processo envolvente na imunidade é decorrente de reconhecimento, metabolização, seguido por neutralização e suspressão do antígeno de forma inespecífica3. Nos mecanismos de defesa Fe forma específica ele é mediado por células estimuladas pelo interferon-y (IFN-γ), não havendo ações citotóxicas por células TCD8+ comprometendo pessoas constituidos de baixa imunidade celular obrigando os LTCD4+ a produzirem interleucinas (IL-2) e TNF-β a atuarem na formaçãode granuloma que controlará o patógeno5, 7.
Uma proteína de superfície chamada de tool-like apresenta a capacidade de liberar citosinas capazes de ativar os TH1 que vão produzir interferon gama para ativar os macrófagos a iniciar o processo de fagocitose12.
Dentre os aspectos de defesa da imunidade humoral em combate aos fungos imunógenos em algumas doenças, os anticorpos neutralizam os agentes infecciosos e ativos do sistema complemento, em outras o grande volume de anticorpos fixadores do complemento sujere disseminação da doença o que impede o desenvolvimento da imunidade11.
RESPOSTA IMUNOLÓGICA A CANDIDÍASE
A candidíase causada por cândida albicans um potente patógeno oportunista que adere nas mucosas acarretando em estomatite (oral) e ou Candidíase vaginal é uma doença muito comum e seus aspectos imunológicos estão bastante ligados a diminuição dos níveis de IFN-γ5.
RESPOSTA IMUNOLÓGICA À INFECÇÃO POR PROTOZOÁRIOS
Parasitismo é a associação entre seres vivos onde existe unilateralidade de benefícios onde o hospedeiro oferece condições favoráveis para abrigo e alimentação destes6.
Sabe-se que as parasitoses são um dos maiores problemas de saúde publica no mundo sendo bastante relatadas em países subdesenvolvidos de baixa condição socioeconômica e saneamento básico associados aos maus hábitos higiênicos e déficit educacional sanitário, fatores considerados determinantes para o surgimento de parasitoses dentre elas as parasitoses por protozoários20.
O homem é um bom hospedeiro parasitário hospedando parasitas como os protozoários, onde as grandes causas de males oriundas desses parasitas podem ser doenças de chagas malaria toxoplasmose amebíase e leishmaniose19
Com base de informações da (OMS) que de cada quatro habitantes um está parasitado por protozoários16
A infestação parasitária é comum em grande parte dos hospedeiros, no entanto só causa doença em uma pequena parcela da população devido ao sistema imune que impede o acometimento de uma infecção, podendo o parasito permanecer no hospedeiro durante toda sua existência desde que o sistema imune do hospedeiro esteja em perfeito equilibrio15.
O sistema complemento é o principal mediador humoral que atua no procedimento inflamatório ligado ao anticorpo e seus representados que provem de proteínas e ativada pela via clássica e alternativa8.
Para o T. cruzi o sistema complemento é impedido de ser ativado se as moléculas do hospedeiro cobrir o parasita com o fator de aceleração de degradação (DFA) 15
Existem vários mecanismos que participam da resposta imune inata de defesa contra protozoários onde até as formas promastigota da leishmania são sensíveis ao sistema complemento, mas as formas infectantes podem resistir a sua ação21.
Na imunidade inata sabe-se que ela atua como molécula de resistência do hospedeiro combatendo os parasitas com ação da natural killer (NK), vital na fase inicial da infecção, promovendo a barreira de crescimento do parasita e destruindo as células alvos, com participação dos granulócitos como neutrófilos que liberam citocinas e promovem o desenvolvimento da resposta adquirida pelo seu efeito tóxico, atuando sobre os cardiomócitos IFN-γ e TNF-α (tumor necrosis factor) 21
A produção dessas citosinas pode induzir a morte desses cardiomócitos por intercessão de mediadores secundários, como Óxido Nítrico (ON), tipos de espécies reativas de oxigênio que exerce um papel duplo controlando o parasitismo intracelular e atuando na morte de células imunocompetente e possivelmente da miocardiopatia21.
Grande parte das respostas imunes a protozoários apresentados em alguns trabalhos indicam que as respostas as infecções podem ser tanto por resposta celular quanto por anticorpo IgE, mecanismos que contribuem tanto para expulsão do parasita como para a infiltração de eosinófilos que liberam grânulos infectantes causadores de eosinofilia20.
A eosinofilia independente da patologia refere-se a um aumento de eosinófilos no sangue periférico16.
A resposta exacerbada de Th2 através da IL-4 ou IL5 e conseqüente produção de IgE desenvolve um processo de eosinofilia na destruição do parasito. No entanto essa resposta imune aumentada aos protozoários acarreta dano tecidual dependendo da ação dos neutrófilos20.
Na infecção por Tripanossoma cruzi os imunógenos contam com a participação de células do tipo CD4+ e TCD8+ exigindo uma maior participação organizada de todo o sistema imunológico a fim de destruir o parasita sem provocar necrose tecidual, expressando nesse momento a importância dos TH1 que atua controlando as parasitoses evitando a lesão tecidual9.
RESPOSTA IMUNE POR INFECÇÃO VIRAL
As doenças virais representam uma das mais perigosas doenças infecciosa ligadas a um grau de mortalidade imenso15. Como todos os patógenos os vírus compartilham a qualidade de ser imunógeno complexos, capazes de replicação , que estimulam a respostas imunológicas tanto celulares como humorais23.
As infecções virais podem ser amplamente classificadas, nas quais o sistema imunológico do hospedeiro consegue eliminar o vírus; e aquelas que o vírus tem a capacidade de sobre sair em relação ao sistema imunológico. Os vírus podem persistir na forma latente, com ou sem replicação intermitente ou como infecção crônica24.
Os vírus são hospedeiros intracelulares obrigatórios e tem capacidade de alterar diretamente a estrutura e funções das células dependendo de seus fatores de virulência. Esses fatores de virulência atuam modulando a respostas imunológicas do hospedeiro ou a divisão e ainda a apoptose celular.
As células infectadas por vírus pode ser atenuada. Os vírus também aumentam sua replicação ao retardar a apoptose e ao regular a divisão celular24.
As respostas imunológicas do hospedeiro aos antígenos virais podem provocar lesões adicionais, denominadas efeitos imunopáticos, que, do ponto de vista qualitativo, podendo afetar células ou órgãos que não são infectados por vírus. Boa parte da morbidade associada alguns vírus é resultante a resposta imunológica do hospedeiro23.
Para muitos vírus, as respostas imunológicas do hospedeiro aos antígenos virais provocam lesões adicionais, denominadas efeitos imunopaticos que, do ponto de vista qualitativo, diferem dos efeitos viropaticos diretos, podendo afetar células ou órgãos que não são infectados por vírus. Grande parte da morbidade associada alguns vírus é secundaria a resposta imunológica do hospedeiro23.
Na primeira fase das infecções virais, o controle é feito pelos interferons tipo I(IFN), pelos macrófagos e pelas células NK. Os interferons tipo I são produzidos por células infectadas por vírus e, ao interagir com uma célula não infectada, têm a propriedade de protegê-la contra a infecção, além de colaborar com a resposta imune adaptativa que nessa fase da infecção tenta controla-lá15.
O IFN- também atua contra as infecções virais ativando os macrófagos com destruição dos vírus e também das células NK (células citotóxicas naturais), as quais,liberam enzimas: granzima e perfurina, que destroem as células infectadas. 15
Na fase inicial também tem a participação importante da IL que tende a adicionar com a atuação dos IFN, tornando-se mais eficazes. A IL produzida por macrófagos e outras células apresentadoras de antígenos, estimulando as células NK a exercer citotoxicidade e a produzir mais IFN, que por sua vez aumenta o potencial microbicida dos macrófagos 15
A imunidade adaptativa contra os antígenos virais ocorre com ativação de células TCD8+ que vão desempenhar sua citotoxicidade pelo reconhecimento de antígenos virais via MHC classe I, e procedente liberação de granzima e de perfurinas com lise das células infectadas. E paralelo ativação das células TCD4+, que vão colaborar com as células B na produção de anticorpos15.
Pelo fato dos vírus serem agentes intracelulares obrigatórios, os anticorpos desempenham papel importante no combate às infecções virais15. Por ocasião da replicação dos virus, em células infectadas, os mesmos rompem essas células, com isso ficam livres até a penetração em outra célula. Nessa fase extracelular os anticorpos ligar-se aos vírus e, por meio podem neutralizá-los, impedindo que eles penetrem em uma célula não infectada24.
Em indivíduos já brevemente sensibilizados, a presença de anticorpos pode interromper os vírus, impedindo sua ligação com a célula do hospedeiro24.
VIRUS DA INFLUENZA
Trata-se de uma infecção respiratória. Propaga-se através de aerossóis e fômites.Estimula uma intensa resposta imunológica do hospedeiro, incluindo produção de anticorpos específicos de células T citotóxicas, aos efeitos citopáticos deste virus e a estimulação vigorosa de interferon. A eliminação do vírus possa ser prolongada em particular do contexto da imunodeficiência celular24. A infecção pelo vírus da influeza suprime as defesas anti- bacterianas pulmonares normais24. A infecção pelo vírus da influenza estimula a síntese de interferon e também induz uma resposta de CTL, contribuindo ambos com para a eliminação do vírus.23
VÍRUS SIMCICIAL RESPIRATÓRIO
Provoca infecções respiratórias em crianças e adultos24.Desencadeia uma imunidade tanto celular como humoral24. Os pacientes com deficiência da imunidade celular podem tornar-se persistentes infectados pelos vírus24.
Os anticorpos parecem proteger parcialmente o hospedeiro contra a reinfecção, e a doença e os anticorpos IgG matenos transferidos por via transplacetaria ao feto, confere alguma proteção contra a doença no inicio da vida. 23
VIRUS DO SARAMPO
A resistência a infecção pelo vírus do sarampo é primariamente atribuído a anticorpos IgG neutralizantes . O controle da multiplicação desse vírus após infecção constitui uma função da imunidade celular, embora os anticorpos contribuam para recuperação da infecção. 23 Os mecanismos pelos quais o vírus do sarampo induz imunodeficiência celular são complexos e incluem regulação negativa de IL. 23
RESPOSTA IMUNOLOGICA NAS INFECÇÕES POR BACTÉRIAS
As bactérias podem acometer seres humanos com diversas patologias, sendo necessária uma atuação eficiente do sistema imunológico, o qual ocorre de maneira distinta para cada classe de bactéria3.
As bactérias são classificadas em duas classes, são Bactérias intracelulares são capazes de se replicarem no interior das células do hospedeiro e são eliminadas através da resposta adaptativa celular3. A resposta imunológica inicia-se com o sistema inato, com a penetração do agente agressor, as células fagocíticas (principalmente macrófagos), pois migram para o local afetado por meio de quimiocinas e citocinas, os macrófagos e neutrófilos ao tentar eliminar as bactérias intracelulares estimulam as células diferenciar-se em TCD4+ perfil Th1, produtoras de IL-2 e IFN- α e TCD8+ (promove lise celular) essas ativações produzem vários mediadores bioquímicos que atuam diretamente contra as bactérias (peróxido de hidrogênio (H2O2), ânion superóxido (O2-) e o óxido nítrico (NO)) o que resulta na destruição dos patógenos3.
As células NK, atuam diretamente nas bactérias ou, indiretamente, em resposta a citocina IL-12, liberada pelos macrófagos, a ativação das células NK resulta na produção de IFN-γ, citocina envolvida na ativação de macrófagos o que resulta na produção de TNF-α, essas atuam juntas, as células NK também podem levar a lise bacteriana pelo mecanismo da citotoxicidade celular.
Na fase aguda da infecção bacteriana, as células hepáticas produzem a proteína C reativa (PCR), coadjuvante no mecanismo defesa, ela ativa o sistema complemento que forma um complexo de membrana (C5-C9) facilitando a opsonização, o componente C3b liga-se a bactéria e interage com receptores específicos e os seus fragmentos induzem a resposta infamatória, estimula síntese de TNF-α, PCR também ligar-se aos fosfolipídios de membrana e atua como opsonina facilitando a fagocitose3.
A citosina IL-12 produzida por macrófagos participa na diferenciação das células Th0 para Th1 e a citosina IL-4 produzida nos basófilos, mastócitos ou NK estimula na diferenciação das células Th0 para Th2 em decorrente da diferenciação em plasmócitos ocorre produção de imunoglobulina (IgA) que se ligam as bactérias impedindo que elas se fixem nas mucosas3.
Os anticorpos exercem funções como: opsonisação, ativação dos mecanismos do sistema complemento e neutralizam as toxinas liberadas, favorecendo a fagocitose, pois neutrófilos e macrófagos possuem receptores para Região constante (FC) das imunoglobulinas3
CONCLUSÃO
Conclui-se que os mecanismos de reações imunológicas a infecção é bastante complexo mas bastante preciso, atuando em conjunto com sistema complemento e os mecanismos de citotoxidade, além de fatores individuais como sexo, idade, estado nutricional, histórico familiar de doenças renais e cardíacas e outros. Desta forma, gerando uma patologia altamente complexa no que diz respeito ao delicado balanço entre proteção versus doença.


REFERÊNCIAS

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22. THIAGO M. ZAGO Mecanismos efetores da imunidade humoral MEDUNICAMP XLVI 03-03-2111
23. IMUNOLOGIA medica, décima edição, Tristram G. Parslow, cap. 45
24. MEM. Inst. Oswaldo Cruz v.45 n.1 Rio de Janeiro mar. 1947

quinta-feira, 14 de abril de 2011

FUNÇÕES BIOLÓGICAS DOS ANTICORPOS

Quando moléculas estranhas invadem o organismo, o sistema imune responde produzindo anticorpos, glicoproteínas que se ligam a antígenos, a células especializadas ou ainda a proteínas do próprio sistema imune,como as imunoglobulinas, moléculas de anticorpo com características estruturais que refletem sua função constituídas de quatro polipeptídeos, compostos de subunidades chamadas de aminoácidos formando uma estrutura em forma de Y.


Uma unidade estrutural Y é constituída por 3 fragmentos: um fragmento cristalizável (Fc), envolvido na regulação imune, e dois fragmentos ab (Fab), cada um possuindo um sítio que pode se ligar a um antígeno e a outra região entre Fc e Fab permite movimentos laterais e rotacionais dos dois sítios de ligação, possibilitando a interação com vários tipos de antígenos de diferentes conformações a função efetora de um anticorpo está diretamente associada à necessidade de um receptor da região Fc (FcR) no seu alvo. Só assim o anticorpo terá possibilidade de combater um antígeno. A ligação do Fc de uma imunoglobulina ao seu respectivo receptor em uma célula fagocítica, com conseqüente ingestão e digestão do complexo imune, consiste em um relevante mecanismo de defesa induzida.

CLASSE DE ANTICORPOS

As classes de anticorpos se diferenciam pela cadeia pesada de suas moléculas, permitindo funções peculiares em diferentes tipos de resposta imune e diferentes etapas da maturação desta resposta. A diferença entre as cadeias pesadas ocorre por divergências nas seqüências protéicas principalmente no Fc em cada classe. As classes podem também variar o número de unidades Y e conseqüentemente o número de sítios de ligação.
São conhecidas as seguintes classes de anticorpos: IgG, IgM, IgA, IgE e IgD, sendo denominados isótipos. Suas cadeias pesadas são determinadas pelas letras gregas minúsculas respectivamente. Os isótopos podem, ainda, se diferenciar em subclasses. Por exemplo, as IgG possuem três subclasses, IgG1, IgG2 e IgG3.
A molécula de IgM foi a primeira a aparecer durante a evolução dos vertebrados. Ela é expressa nos linfócitos B que começam a se desenvolver e constituem a primeira linha de defesa humoral.
A IgA é isolada de secreções exócrinas, associada a um componente secretório que se liga à porção extracelular do receptor das imunoglobulinas periféricas. Esta classe pode se apresentar em uma forma monomérica, encontrada no soro sangüíneo com funções semelhantes à IgG, e nas formas dimérica ou trimérica. O componente secretório é responsável pela transcitose da IgA dimérica através de células epiteliais da mucosa e tecido, além de tornar as imunoglobulinas mais resistentes à ação proteolítica presente nas mucosas.
A IgE diferencia-se por se ligar aos mastócitos e por causar sensibilizaçãoda pele em processos alérgicos
As IgG constituem o maior componente da resposta imune humoral, sendo a principal classe presente no sangue, linfa e fluidos peritonial e cérebro-espinal, constituem 75% das imunoglobulinas presentes no sangue.

sexta-feira, 25 de março de 2011

INTERAÇÕES ANTÍGENO/ANTICORPO: REAÇÃO DE AGLUTINAÇÃO SISTEMA ABO


Os grupos sangüíneos esuas formação é algo que são herdados independentemente entre si. Entre eles podemos citar os sistemas ABO, Rh, e Rh .O sistema ABO é o de maior importância na prática transfusional e no ensino da imunologia por ser o mais imunogênico, ou seja, por ter maior capacidade de provocar a produção de anticorpos, seguido pelo sistema Rh.
Os antígenos deste sistema estão presentes na maioria dos tecidos do organismo. Fazem parte deste sistema três genes A, B e O podendo qualquer um dos três ocupar o loco ABO em cada elemento do par de cromossomos responsáveis por este sistema.
Os genes ABO não codificam diretamente seus antígenos específicos, mas sim enzimas carreadoras que tem a função de transportar açúcares específicos, para uma substância precursora na superfície dos eritrócitos resultando nos antígenos ABO.
O indivíduo do grupo AB é possuidor de um gene A e de um gene B, sendo que um foi herdado da mãe e o outro do pai. Ele possui nos seus glóbulos vermelhos os antígenos A e B e seu genótipo é AB.
No caso do grupo O, foi herdado do pai e da mãe o mesmo gene O. As células de grupo O são reconhecidas pela ausência de antígeno A ou B. Quando o gene O é herdado ao lado de A, apenas o gene A se manifesta; e se é herdado ao lado do gene B apenas o gene B se manifesta.
VAMOS OBSERVAR AS IMAGENS ABAIXO.

Observando as imagens ao lado podemos perceber a presença dos antígenos e anticorpos em cada grupo sanguíneo. É nesta presença ou ausência de antígenos e anticorpos que se baseia a tipagem sanguínea e a escolha do sangue a ser transfundido.

A escolha do sangue se baseia no fato que o indivíduo não pode ser transfundido com um sangue que possua um antígeno que ele não tem, pois o anticorpo presente no seu plasma, contra esse antígeno, iria reagir com essas hemácias transfundidas. Em vista disso e observando o quadro acima, fica claro que um indivíduo do grupo A não pode receber
sangue B e assim por diante.
Nas transfusões sangüíneas, em relação ao sistema ABO, é preciso considerar, inicialmente, que a taxa de aglutinogênios nas hemácias é significativamente maior que a taxa de aglutininas no plasma. Dessa maneira, são inviáveis as transfusões em que o sangue doado contém aglutinogênios que “encontrarão” no receptor as aglutininas contrastantes. Isso significa que, se o sangue doado apresenta aglutinogênios A, o sangue do receptor não pode conter aglutininas anti-A; e que, se o sangue doado contém aglutinogênios B, o receptor não pode apresentar aglutininas anti-B. Assim, exemplificando, um indivíduo do grupo B não pode doar sangue para outro do grupo O, uma vez que as aglutininas anti-B do receptor reagiriam com os aglutinogênios B do doador, à semelhança de uma reação antígeno-anticorpo. Dessa reação, na qual os aglutinogênios B atuariam como antígeno (“estranho” ao receptor do grupo O) e as aglutininas anti-B como anticorpos, resulta a aglutinação do sangue doado, fato que pode provocar a obstrução de vasos sangüíneos, com conseqüências que podem levar o receptor à morte. No entanto, um indivíduo do grupo O pode doar sangue para outro do grupo B. Isso porque o volume de sangue doado não contém aglutininas em taxa suficientemente grande para provocar a aglutinação das hemácias do receptor. Observe então, que as hemácias que se aglutinam são aquelas presentes no sangue doado e, para tanto, devem conter aglutinogênios (antígenos) “estranhos”, isto é, que não existem no sangue do receptor. No entanto, sempre que possível, deve se transfundir sangue isogrupo, pois se, por exemplo, transfundimos um sangue do grupo O a um paciente do grupo A, junto com as hemácias transfundidas temos uma quantidade de plasma onde há anticorpo anti-A, que poderá reagir com as hemácias deste paciente causando um certo grau de hemólise maior ou menor, mas que poderá ter um significado dependendo do quadro clínico do paciente. Cada caso deve ser particularmente analisado pelo hemoterapeuta .
Este sistema ABO, também pode ocasionar incompatibilidade materno-fetal, com desenvolvimento da doença hemolítica peri-natal. Apresenta também importância em transplantes renais ou cardíaco, com menor papel nos hepáticos ou de medula óssea. Em alguns processos pode ocorrer a perda parcial do antígeno A ou B, como em algumas leucemias.




DETERMINAÇÃO DO GRUPO SANGUÍNEO Rh POR AGLUTINAÇÃO SIMPLES

O fator Rh é constituído de aproximadamente 40 antígenos e esta família gênica ainda não é totalmente compreendida. Sabe-se que cada pessoa herda um gene ou um complexo gênico Rh de cada um dos pais. No sistema descrito por Fisher e Race os pares alélicos produzem 5 antígenos (“D”,”C”,”c”,”E” e “e”). Estes antígenos são lipoproteínas e estão dispersamente distribuídas na superfície das hemácias. Quando dizemos que um indivíduo é Rh Positivo, quer dizer que o antígeno D está presente na superfície de suas hemácias. Isto porque o antígeno D foi o primeiro a ser descoberto nesse sistema, e inicialmente foi considerado como único. Após os antígenos A e B (do sistema ABO), o antígeno D é o mais importante na prática transfusional.

quarta-feira, 2 de março de 2011

FUNÇÕES EXERCIDAS PELOS ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS

Os órgãos linfóides são classificados em primários e secundários.
Os primários são responsáveis pela produção e maturação de linfócitos, incluindo o timo e a medula óssea.
Os secundários são os órgãos onde os linfócitos estimulam a produção de anticorpos, entre os quais citam-se as adenóides, baço, placas de peyer, apêndice, linfonodos e vasos linfáticos. Esse conjunto de órgãos está distribuído conforme a Figura abaixo
ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS:
• Medula óssea: É o órgão responsável pela geração de elementos sangüíneos, tais como as hemácias, monócitos, plaquetas, linfócitos B e leucócitos polimorfo nucleares (granulócitos). É o local onde se desenvolvem as células B e células-tronco.
• Timo: Local onde as células T se desenvolvem, sendo que algumas células migram da medula óssea para o timo e transformam-se em células T.
ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS:
• Amígdalas e adenóides: Local onde estão presentes grandes quantidades de células linfóides e constituem a parte do SIH associada às mucosas ou ao intestino.
• Linfonodos: Ambiente onde ocorre a resposta imunológica adaptativa, caracterizados por um vasto sistema de vasos responsáveis pela coleta de fluído extracelular dos tecidos, fazendo-o retornar para o sangue. Esse fluído é produzido pela filtragem do sangue e denomina-se linfa.
• Apêndice e Placas de Peyer: Linfonodos especializados contendo células imunológicas destinadas à proteção do sistema gastrointestinal;
• Baço: É o único órgão linfóide na corrente sangüínea. Possui a função de remover as células sangüíneas envelhecidas e combater organismos que invadem a corrente sangüínea ou são levados por ela até o baço.
• Vasos linfáticos: Rede de canais que transporta a linfa para o sangue e órgãos linfóides. Os vasos aferentes drenam o líquido dos tecidos e carregam as células portadoras dos antígenos dos locais de infecção para os órgãos linfáticos. As células apresentam o antígeno aos linfócitos que estão circulando.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS


No corpo humano existem diversos locais onde há produção de células linfóides maduras que vão agir no combate a agressores externos. Alguns órgãos linfóides se encontram interpostos entre vasos sangüíneos e vão dar origem a células brancas na corrente sangüínea. Outros estão entre vasos linfáticos, e vão filtrar a linfa e combater antígenos que chegam até eles por essa via. Outros ainda podem ser encontrados fazendo parte da parede de outros órgãos, ou espalhados pela sua mucosa. Os tecidos linfóides são classificados em primários e secundários. Os primários representam o local onde ocorrem as principais fases de amadurecimento dos linfócitos. O timo e a medula óssea são tecidos primários, pois é o local onde amadurecem os linfócitos T e B respectivamente. Os tecidos primários não formam células ativas na resposta imune, formam até o estágio de pró-linfócitos.


Os tecidos linfóides secundários são os que efetivamente participam da resposta imune, seja ela tumoral ou celular. As células presentes nesses tecidos secundários tiveram origem nos tecidos primários, que migraram pela circulação e atingiram o tecido. Neles estão presentes os nodos linfáticos difusos, ou encapsulados como os linfonodos, as placas de Peyer, tonsilas, baço e medula óssea.

BIBLIOGRAFIA
Abbas, KA, Imunologia Celular e Molecular. Editora Revinter Ltda. 4ª Edição. RJ. 2003, 544p.

IMUNOLOGIA MECANISMOS DE DEFESA NATURAL

Barreiras naturais
Não é preciso se enfiar numa garrafa para conseguir um mecanismo de defesa natural contra invasão de microorganismos.
Geralmente a pele evita a invasão de muitos microrganismos, a menos que esteja fisicamente danificada devido, por exemplo, a uma lesão, à picada de um inseto ou a uma queimadura. Contudo, existem exceções, como a infecção pelo papiloma vírus humano, que provoca as verrugas.
Outras barreiras naturais eficazes são as membranas mucosas, como os revestimentos das vias respiratórias e do intestino. Geralmente estas membranas estão cobertas de secreções que combatem os microrganismos. Por exemplo, as Mucosas dos olhos estão banhadas em lágrimas, que contêm uma enzima chamada lisozima. Esta ataca as bactérias e ajuda a proteger os olhos das infecções.
As vias respiratórias filtram de forma eficaz as partículas do ar que se introduzem no organismo. Os canais tortuosos do nariz, com as suas paredes cobertas de muco, tendem a eliminar grande parte da substância que entra. Se, entretanto um microrganismo atinge as vias aéreas inferiores, o batimento coordenado de umas saliências semelhantes a pêlos (cílios) cobertas de muco transportam-no para fora do pulmão. A tosse também ajuda a eliminar esses microrganismos.
O tubo gastrointestinal dispõe de uma série de barreiras eficazes, que incluem o ácido do estômago e a actividade antibacteriana dos enzimas pancreáticos, da bílis e das secreções intestinais. As contracções do intestino (peristaltismo) e o desprendimento normal das células que o revestem ajudam a eliminar os microrganismos prejudiciais.